“Preciso congelar os meus óvulos?” – essa é uma pergunta muito frequente no consultório!
Mas, para responder isso, precisamos conversar antes sobre quais são seus objetivos e planos de vida!
Em primeiro lugar, a sociedade parte muitas vezes do pressuposto que TODA mulher deseja engravidar: “quantos filhos você quer ter?”. E apesar dessa herança histórica do papel da mulher no sistema social, nós cada vez mais estamos nos inserindo como protagonistas na sociedade! Então minha pergunta para você é: “você quer/pensa em ter filhos?”. Claro que nem sempre temos a resposta, mas é um ótimo ponto para começarmos nossa conversa.
Se a resposta for sim, partimos para uma segunda etapa: “quando você planeja engravidar?”.
Essa é uma parte importantíssima do processo: sabemos que a partir dos 35 anos começa a haver uma diminuição na quantidade e na qualidade dos óvulos, por isso, entender qual a sua programação ideal (se é que isso existe) é necessário.
Outro ponto importante é: “quantos filhos você quer ter e qual seria o melhor intervalo entre eles para você?”.
Sempre falo que a natureza é, de certa forma, injusta com nós mulheres. Isso porque nós não produzimos óvulos a vida inteira e, por conta disso, uma mulher jovem, do ponto de vista reprodutivo, pode ser chamada de “velha”.
Nascemos com aproximadamente 500 mil – 1 milhão de óvulos e, no momento da primeira menstruação, essa quantidade já diminuiu para cerca de 300 a 500 mil. E continua diminuindo todo mês, em um ritmo estável, até próximo aos 35 anos quando essa queda se acentua e, próximo da menopausa, a quantidade não passa de algumas centenas.
Essa curva da reserva ovariana varia de mulher para mulher e é possível atentar para possíveis fatores que possam reduzir a quantidade de óvulos da mulher antes do esperado.
As principais indicações para o congelamento de óvulos são:
Essas taxas de sucesso porém não são 100%, e é essencial que você entenda isso!
É importante conversar com um especialista para avaliar sua reserva ovariana, conversar sobre o seu planejamento e, a partir daí, traçarmos um plano. De maneira geral, não existe limite de idade para o congelamento de óvulos, mas quanto mais jovem, maiores as taxas de sucesso.
O congelamento de óvulos não garante que você vá engravidar, mas aumenta suas chances já que no congelamento são preservadas as características (qualidade) dos óvulos naquele momento. Além disso, quanto maior a quantidade de óvulos congelados maiores as chances, por isso, em muitos casos, realiza-se mais de um estímulo ovariano.
Probabilidade de gestação é influenciada pela idade com que os óvulos foram congelados e pela quantidade.
Fonte: Doyle, Joseph O., et al. “Successful elective and medically indicated oocyte vitrification and warming for autologous in vitro fertilization, with predicted birth probabilities for fertility preservation according to number of cryopreserved oocytes and age at retrieval.” Fertility and sterility (2016)
A estimulação ovariana dura, em média, 10 a 14 dias, sendo que nesse intervalo são necessários, habitualmente, 2 a 3 exames de ultrassonografia para acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos. Durante esse período, a mulher pode manter suas atividades normalmente, não sendo necessário se afastar do trabalho, por exemplo.
Não há um tempo limite, o congelamento é capaz de preservar as características dos óvulos por tempo indeterminado.
O tratamento tem custos variáveis uma vez que depende do tipo de medicação, da quantidade, do número de óvulos a serem congelados, além do custo de manutenção.
É uma análise combinando as dosagens de hormônios (FSH e Estradiol), do hormônio anti-mulleriano e a contagem de folículos antrais através de uma ultrassonografia.